domingo, 16 de março de 2008

Resposta ao comentário feito sobre o texto Des-conjuntura Política

Prezado leitor

Em primeiro lugar quero agradecer por ler e comentar o meu texto Des-conjuntura política, devo pedir desculpa pela demora em responder, diferente da mídia profissional eu tenho outras ocupações por isso nem sempre dá para responder as postagens e comentários em tempo.

Diferente de você não vejo como positivo o fato do atual prefeito não ter um bom e grande grupo político, com isso a administração fica mais personalista do que já costuma ser nesse país. Sim, o gestor anterior tinha um grupo e como você diz “deu no que deu!”, todavia o fundamento da democracia é a divisão do poder, se não for assim chamaremos por qualquer outro nome, menos de democracia. De modo que o “deu no que deu!” depende da qualidade, idoneidade do grupo e não simplesmente do fato de ser um grupo.

Mudando de assunto e respondendo sua pergunta, se sou a favor de rádio pirata, CD pirata etc.? Te digo que não sou a favor de pirataria, todavia faz-se necessários alguns esclarecimentos. Sua pergunta e comentário indicam sua postura, que me parece um tanto quanto conservadora e sustentada no senso comum. Vamos lá, em primeiro lugar é preciso problematizar o termo pirata quando aplicado dessa forma. Essa palavra é usada para designar um monte de coisas e situações, mas somente designa e acaba por não explicar nada. Um pouco de história pode ajudar, o termo pirata, que todos sabemos o que é, foi usado pela primeira vez para referir-se a radiodifusão na Inglaterra quando um grupo de jovens fartos das músicas de sua época resolveram transmitir músicas, rock, a partir de navios que estavam fora das águas territoriais britânicas, a partir de então o governo inglês começou a chamar transmissões livres de piratas. Entendido isso devemos considerar que no Brasil existe uma concentração de mídia na mão de empresas que têm interesses comerciais e nem sempre dão respostas que a comunidade precisa. Isso sem entrarmos no mérito dos proprietários dessa mídia, com quem estes têm ligações políticas e como usam esses meios para defender suas posições. Uma análise com o mínimo de criticidade deve levar em conta esses aspectos.

Dando respostas a grande mídia surgiu no Brasil há muito tempo rádios livres e comunitárias que geralmente são muito bem recebidas pelas comunidades. É natural que muitas pessoas, não as culpo por isso, não conheçam o movimento pela democratização da mídia. Esse movimento tem se tornado cada vez mais forte e expressivo lutando por mídia alternativa, livre e independente, a questão é que a grande mídia não divulga essas manifestações, logo, quem se informa somente através da mídia convencional está alheio a tudo o que tem acontecido.

Você faz referência a uma pessoas que, não por outros aspectos, mas, segundo você, é imoral por falar na rádio que você chama de pirata. Ora meu caro! Vamos analisar sua postura. Quando você postou um comentário aqui no blog, que é uma mídia independente e alternativa como uma rádio, segundo seus próprios valores você tornou-se alguém imoral. Devo lhe advertir que não tenho nenhuma concessão ou licença do governo para ser dono e publicar neste Blog, todavia não faço nada ilegal, até que a blogosfera, ou seja, o conjunto dos Blogs, cresça tanto a ponto de incomodar a grande mídia e então resolvam inventar uma lei que proíba cidadãos como eu de ter seu próprio espaço de manifestação. A diferença entre a Internet e o espectro eletromagnético, as ondas de rádio, é uma mera diferença técnica, o suporte da informação muda do texto escrito para o falado. Isso somente porque ainda não tenho vídeos no meu blog, muitos já têm. Nem sempre foi assim, mas hoje todos têm rádio, todos terão computador e Internet. Não sinto minha moral abalada por ter um blog, ao contrário tenho orgulho de não me omitir e manifestar o que penso.

Prezado! O fato de usar meios alternativos de mídia não faz alguém moral ou imoral, a moral de uma pessoas se sustenta por outros predicados. Uma análise superficial como a que fez não ajuda a explicar nada, devo lembrar-lhe que o direito de posse de um homem sobre outro também já teve estatuto legal nesse país e nem por isso era moral. Posturas como a que demonstrou é análoga a que defendia a escravidão e outras coisas legais, porém atrozes. Pense nisso.

Mais uma vez agradeço a visita ao Blog e peço que leia os links que sugiro nos “canais de mídia alternativa”. Você vai ampliar bastante sua visão.

Abraço

Alex Andrade

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